Ir para o conteúdo

Cerrado

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Cerrado (desambiguação).
Cerrado

Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás.
Ecologia
Bioma Savana
Geografia
Área 2 045 064 km²
Países Brasil
Parte da América do Sul
Mapa da área do Cerrado conforme delineado pela World Wide Fund for Nature.
Mapa da área do Cerrado conforme delineado pela World Wide Fund for Nature.

Mapa da área do Cerrado conforme delineado pela World Wide Fund for Nature.

Cerrado é onde ocorre a predominância do bioma das savanas[nota 1] no Brasil. Trata-se do segundo maior domínio em extensão territorial, ocupando uma área de mais de dois milhões de km²[1]. O termo "cerrado" pode ser utiilizado em três sentidos[2][3][4][5]. O primeiro, a "fisionomia do cerrado sensu stricto" é uma das fisionomias do bioma savana, e parte da província florística cerrado sensu lato.

Em segundo, a "província do cerrado sensu lato" é uma província florística ou fitogeográfica — também chamada tipo vegetacional ou fitocório, que é um conceito florístico, que leva em conta a composição dos grupos taxonômicos das plantas de uma comunidade, (isto é, a flora) e biogeográfica (ao se incluir também a fauna). Corresponde à província Oreades de Martius. É composto por três biomas (que é um conceito fisionômico-funcional, e que apesar de englobar tanto as plantas quanto os animais e microrganismos de uma comunidade, na prática, se define pelo clima e pela fisionomia ou aparência geral das plantas da comunidade, isto é, pelo "tipo de formação vegetacional" - não confundir com o conceito florístico de "tipo vegetacional" - embora certos autores usem esta expressão para se referir a fisionomias)[6] e seis fisionomias (subtipos de bioma ou de formação vegetacional): o bioma campo tropical (fisionomia campo limpo), o bioma savana (fisionomias campo sujo, campo cerrado e cerrado sensu stricto) e o bioma floresta estacional (fisionomia cerradão).

Em terceiro, o "domínio do cerrado" se refere a um domínio morfoclimático e fitogeográfico (área do espaço geográfico, com dimensões subcontinentais, em que predominam características morfoclimáticas - de clima e relevo - semelhantes, além de uma província florística (tipo vegetacional) predominante, podendo, entretanto, conter vários tipos de formações (como a floresta ripícola, o campo rupícola, o Cerradão, a floresta estacional decídua, o campo úmido, a mata ciliar, mata de galeria, mata seca, palmeiral, vereda e campo rupestre), algumas pertencentes a outras províncias florísticas (como a Mata Atlântica).

A grafia varia entre os autores: alguns propõem que apenas o terceiro sentido seja usado com inicial maiúscula, outros sugerem o mesmo para o segundo sentido, e alguns usam os três conceitos com iniciais minúsculas. Pode-se observar, então, que embora o cerrado sensu lato e o domínio do cerrado sejam comumente referidos, até mesmo em certos documentos oficiais do IBGE[7] ou da Embrapa, como um bioma (que é definido na literatura internacional a partir de características fisionômicas e ambientais, independentemente da composição taxonômica da comunidade), de acordo com o uso internacional do conceito de bioma, o correto é dizer que o cerrado (seja a província florística ou o domínio morfoclimático) contém biomas, e não que é um bioma.

Características

[editar | editar código]
Mapa da área do Cerrado delineado pela World Wide Fund for Nature
Mapa de sobreposição das regiões hidrográficas do Brasil com a área de distribuição do cerrado
Vegetação característica na região noroeste de Minas Gerais, Brasil
Parque Estadual dos Pireneus, em Goiás

O domínio apresenta variações fitofisionômicas ao longo de sua extensão[8]. É uma área zonal, como as savanas da África, e predomina, majoritariamente, no Planalto Central[4].

Trata-se do segundo maios domínio fitogeográfico em extensão, estendendo-se, em sua área core ou nuclear, por um território de 1,5 milhão de km²,[9] abrangendo quatro estados do Brasil Central (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal), além de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Tocantins, Bahia, Maranhão e Piauí. Incluindo-se as áreas periféricas/disjuntas, este valor pode ultrapassar 2 milhões de km²[10][11]. Essas áreas disjuntas podem ser encontradas em meio a outros domínios, tais como Amazônia, nos estados de Amapá, Roraima e Pará, e Caatinga, em alguns locais do Ceará, Paraíba e Pernambuco[11][12][13][14]. Além disso, há manchas de Cerrado no estado do Paraná, um pouco abaixo do trópico de Capricórnio[15].

É cortado por três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul, tem índices pluviométricos regulares que lhe propiciam sua grande biodiversidade. O Cerrado possui duas classificações principais: o Cerrado stricto sensu, que abrange as formações savânicas; e o Cerrado lato sensu, que engloba formações florestais e campestres.[8] O Cerrado stricto sensu cobre a maior parte do domínio, e está representado pelas formações de cerrado ralo, típico e denso, parque de cerrado, palmeiral e vereda. Por outro lado, as formações florestais engloba os cerradões, as matas ciliares e de galeria, e as matas secas; enquanto as campestres exibem campos sujos e limpos e os campos rupestres.[8]

Cerrado na região de Pirenópolis, Goiás
Ipê-amarelo-cascudo (Handroanthus chrysotrichus) em Avaré, São Paulo, árvore típica do cerrado

Vegetação

[editar | editar código]

Fitogeografia

[editar | editar código]
Trilha em área de cerradão no Parque Estadual Matas do Segredo, Campo Grande, MS
Interior de cerrado típico na Floresta Nacional de Paraopeba, MG
Campo cerrado em área com influência antrópica em Padre Bernardo, GO
Área de campo sujo no Parque Nacional das Emas, GO
Área de campo limpo no Parque Nacional das Emas, GO
Vereda em Lagoa Grande, MG

Martius (1824), embora não tenha proposto um sistema formal, descreve vários tipos de vegetação presentes no atual domínio do Cerrado.[16][17][5]

Warming (1892), em seu trabalho em Lagoa Santa, usa uma terminologia que seria formalizada por Löfgren (1898). Este é creditado como o primeiro a usar formalmente o termo "cerrado" no sentido fisionômico atual (cerrado sensu stricto), além de elaborar um sistema de tipos de vegetação para a Oreades (futuro cerrado sensu lato).[18][19][5]

  • Cerradão ou Caatanduva
  • Cerrado propriamente dito
  • Campo cerrado ou Caatininga
  • Campo Limpo

Formações (subtipos de vegetação) do cerrado (sensu lato), segundo Coutinho (1978):[20][21][22]

Fitofisionomias presentes no "bioma" (domínio) cerrado, segundo Ribeiro & Walter (1998):[8][5][p.150]

Entretanto, deve-se notar que alguns autores (ex., Ribeiro & Walter, 1998) não incluem o campo limpo no cerrado enquanto área fitogeográfica (cerrado sensu lato).[5][p.94]

Arruda et al. (2008) identificaram 22 ecorregiões no bioma Cerrado, de acordo com aspectos biogeográficos e ecológicos, a fim de servir como referência para o planejamento ambiental: Alto Parnaíba, Araguaia Tocantins, Bananal, Bico do Papagaio, Chapadão do São Francisco, Chiquitania, Complexo Bodoquena, Depressão Cuiabana, Depressão do Parnaguá, Grão-Mogol, Jequitinhonha, Paracatu, Paraná- Guimarães, Paranaíba, Paranapanema Grande, Parecis, Planalto Central Goiano, Província Serrana, São Francisco-Velhas, Serra da Canastra, Serra do Cipó e Vão do Paranã.[23][24]

Tipos de vegetação presentes na "região florística do Brasil central" (província do cerrado), segundo o IBGE (2012):[25]

Tipos de "savana" (entendida neste esquema como sinônimo de cerrado sensu lato) de acordo com o IBGE (2012), com nomes regionais entre parênteses:[25]

  • Subgrupo de formação: Savana (Cerrado)
    • Formação: Savana Florestada (Cerradão)
    • Formação: Savana Arborizada (Campo Cerrado, Cerrado Ralo, Cerrado Típico e Cerrado Denso)
    • Formação: Savana Parque (Campo-Sujo-de-Cerrado, Cerrado-de-Pantanal, Campo-de-Murundus ou Covoal e Campo Rupestre)
    • Formação: Savana Gramíneo-Lenhosa (Campo-Limpo-de-Cerrado)
Três Lagoas - MS

Até o momento, a flora conhecida do Cerrado revela uma elevada riqueza e diversidade, com altos índices de endemismo. Atualmente, estão catalogadas 14.129 espécies de angiospermas, das quais 7.578 são endêmicas (aprox. 53% do total)[26]. Esse alto número de espécies endêmicas, associado a intensas e constantes ameaças, permite a classificação do Cerrado como hotspot de biodiversidade[27].

A composição florística dos cerrados, com seus respectivos hábitos e formas de vida predominantes, também variam segundo a fitofisionomia. Nas formações florestais, por exemplo, predominam espécies lenhosas, de forma de vida fanerofítica, que mantêm suas gemas de crescimento acima de 50 cm do solo. Já em áreas de Cerrado stricto sensu prevalecem hemicriptófitos, representados por ervas e subarbustos cujas gemas estão próximas ao nível do solo[28]

A distribuição dessa flora tem sido amplamente estudada. Pesquisas com pólen indicam que, durante o período glacial, o domínio funcionou como um corredor ecológico entre as florestas Amazônica e Atlântica[29]. Outros estudos revelam uma mistura de plantas típicas da Amazônia e da Mata Atlântica com espécies do Cerrado nas zonas de Mata Ciliar e Mata Seca, além de um gradiente florístico atlântico-amazônico na direção sudeste-noroeste do Cerrado, onde a similaridade entre as espécies diminui conforme se afasta da região central[30][31].

Flor de Cajueiro-bravo-do-campo (Curatella americana L.), espécie oligárquica do Cerrado.

A partir da flora, foi possível identificar três supercentros de diversidade para o Cerrado: Sudeste Meridional, Planalto Central e Nordeste[32]. Cada um desses supercentros apresenta identidade florística própria. Entretanto, é possível notar a presença de espécies vegetais comuns, amplamente distribuídas por toda a extensão do domínio[11]. Trata-me das espécies "oligárquicas" ou "dominantes", que são utilizadas para identificar a influência do Cerrado numa determinada área[33] e auxiliam na identificação de áreas disjuntas.

Espécies comuns no Cerrado

[editar | editar código]
Ipê-amarelo, árvore típica do Cerrado

A vegetação do Cerrado apresenta diversas paisagens florísticas diferenciadas, como os brejos, os campos alagados, os campos altos, os remanescentes de mata atlântica. Mas as fitopaisagens predominantes são aquelas dos Cerrados, como o cerrado típico, o cerradão e as veredas. Nestas, há desde palmeiras, como babaçu (Orbignya phalerata), bacuri (Platonia insignis), brejaúba (Toxophoenix aculeatissima), buriti (Mauritia flexuosa), guariroba (Syagrus oleracea), jussara (Euterpe edulis) e macaúba (Acrocomia aculeata)[34] até plantas frutíferas como araticum-do-cerrado (Annona crassiflora), araçá (Psidium cattleianum), araçá-boi (Eugenia stipitata), araçá-da-mata (Myrcia glabra), araçá-roxo (Psidium myrtoides), bacuri (Scheelea phalerata), bacupari (Rheedia gardneriana), baru (Dipteryx alata), café-de-bugre (Cordia ecalyculata), figueira (Ficus guaranítica), lobeira (Solanum lycocarpum), jabuticaba (Myrciaria trunciflora), jatobá (Hymenaea courbaril), marmelinho (Diospyros inconstans), pequi (Caryocar brasiliense), goiaba (Psidium guajava), gravatá (Bromeliaceae), marmeleiro (Croton alagoensis), jenipapo (Genipa americana), ingá (Inga sp), mama-cadela (Brosimum gaudichaudii), mangaba (Hancornia speciosa), cajuzinho-do-campo (Anacardium humile), pitanga-do-cerrado (Eugenia calycina), guapeva (Fervillea trilobata), veludo-branco (Gochnatia polymorpha); Madeiras, tais quais angico-branco (Anadenanthera colubrina), angico (Anadenanthera spp), aroeira-branca (Lithraea molleoides), aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva), cedro-rosa (Cedrela fissilis), monjoleiro (Acacia polyphylla), vinhático (Plathymenia reticulata), bálsamo-do -cerrado (Styrax pohlii), pau-ferro (Caesalpinia ferrea), ipês(Tabebuia spp.), além de plantas características dos cerrados, como amendoim-do-campo (Pterogyne nitens), araticum -cagão (Annona cacans), aroeira-pimenteira (Schinus terebinthifolius), capitão-do-campo (Terminalia spp.), embaúba (Cecropia spp), guatambu-de-sapo (Chrysophyllum gonocarpum), maria-pobre (Dilodendron bipinnatum), mulungu (Erythrina spp), paineira (Ceiba speciosa), pororoca (Rapanea guianensis), quaresmeira roxa (Tibouchina granulosa), tamboril (Enterolobium spp), pata-de-vaca (Bauhinia longifólia), algodão-do-cerrado (Cocholospermum regium), assa-peixe (Vernonia polyanthes), pau-terra (Qualea grandiflora), pimenta-de-macaco (Xylopia aromatica), gameleira (Ficus rufa), sem falar em uma grande variedade de gramíneas, bromeliáceas, orquidáceas e outras plantas de menor porte.[35]

A anta (Tapirus terrestris) é um dos animais do Cerrado

O Cerrado apresenta grande variedade em espécies em todos os ambientes, que dispõem de muitos recursos ecológicos, abrigando comunidades de animais com abundância de indivíduos, alguns com adaptações especializadas para explorar o que fornece seu habitat. No ambiente do Cerrado são conhecidos até o momento mais de 1.500 espécies de animais, entre vertebrados (mamiferos, aves, peixes,repteis e anfíbios) e invertebrados(insetos, moluscos, etc). Cerca de 194 das 524 espécies de mamíferos (pertencentes a 67 gêneros) estão no Cerrado. Apresenta 837 espécies de aves, 150 de anfíbios (das quais 45 são endêmicas), 185 espécies de répteis (das quais 40 são endêmicas). Apenas no Distrito Federal há 90 espécies de cupins, 1.000 espécies de borboletas e 500 de abelhas e vespas.

Devido à ação do homem, o Cerrado passou por grandes modificações, alterando os diversos habitats e, consequentemente, apresentando espécies ameaçadas de extinção. Dentre as que correm risco de desaparecer estão o tamanduá-bandeira, a anta, o lobo-guará, o pato-mergulhão, o falcão-de-peito-vermelho, o tatu-bola, o tatu-canastra, o cervo-do-pantanal, o cachorro-vinagre, a onça-pintada, a ariranha e a lontra.

Mastofauna

[editar | editar código]
Onça-pintada, um felino típico

Especificamente no que tange à fauna de mamíferos do cerrado, em que pesem as áreas devastadas para a agropecuária e a mineração, ela é ainda bastante diversificada, com representantes de:

Tucano, ave comum no Cerrado

Em relação à avifauna, são inúmeras as aves do Cerrado,[36] e entre elas destacam-se:

Ictiofauna

[editar | editar código]
Piau, peixe típico dos rios do Cerrado

Sobretudo pelo fato de ser em áreas de Cerrado que nascem rios das mais importantes bacias hidrográficas brasileiras, como as bacias Amazônica, Tocantínea, Platina e São-Franciscana, a ictiofauna é extremamente rica e diversificada. Nos rios do Cerrado, há um número bastante relevante de espécies de mariscos,e uma grande variedade de peixes, desde aqueles que são comuns até em pequenos córregos, como piabas (Astyanax spp.); lambaris (Deuterodon spp., Moenkhausia spp), Cará (Aequidens spp, Mesonauta spp), bagres e mandis (Pimelodus spp.), Mussum (Synbranchus marmoratus), tuvira (Eigenmannia spp), até aqueles que são encontrados quase que apenas em rios e ribeirões, tais como caranha (Piaractus spp., Pygocentrus spp.); pacu (Colossoma spp.; Mylossoma spp.; Chaetobranchopsis spp.), piau (Leporinus spp.), traíra (Hoplias spp.), piranha (Catoprion spp.), corimbatá (Cyphocharax spp.), dourado (Salminus spp.), cascudo (Hypostomus spp.; Pterygoplichthys spp), peixe-cachorro (Roeboides spp.), além de cachorra (Hydrolycus scomberoides), peixe-cadela (Oligosarcus hepsetus), pirapitinga (Brycon microlepis), abotoado (Pterodoras granulosus), timburé (Schizodon borellii), taguara ou sardinha-de-água-doce (Triportheus angulatus), e espécies maiores, de couro, como cachara (Pseudoplatystoma fasciatum), jaú (Paulicea luetkeni), barbado (Pinirampus pinirampus), pintado (Pseudoplatystoma corruscans) e surubi (Sorubimichthys planiceps). Há outras espécies menos significativas numericamente, inclusive a muito rara e quase extinta piracanjuba (Brycon orbignyanus).[40]

Conservação

[editar | editar código]

Destruição de habitats

[editar | editar código]
A expansão da fronteira agrícola é uma das principais ameaças ao cerrado

Originalmente com cobertura de pouco mais de 20% do território brasileiro, o Cerrado sofre diversas ameaças à sua biodiversidade, principalmente por conta da profusão das atividades econômicas do agronegócio a partir da década de 1970 e que se intensificaram nos últimos anos.[41][42][43][44]

Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o ecossistema brasileiro que mais alterações sofreu com a ocupação humana.[41][42] O bioma é considerado um dos 25 ecossistemas do planeta com alto risco de extinção.[45]

Um dos primeiros impactos ambientais graves na região foi causado por garimpos e a atividade mineradora em grande escala, que contaminaram os rios com mercúrio, provocaram o assoreamento dos cursos de água e, em alguns casos, chegou até mesmo a impossibilitar a própria extração do ouro rio abaixo.[42] Contudo, atualmente, a expansão da monocultura intensiva de grãos e da pecuária extensiva de baixa tecnologia representam a principal ameaça à biodiversidade do Cerrado.[41][42][44]

Segundo cálculos realizados em 1998 pelo INPE, restavam apenas 34,22% das áreas nativas remanescentes do Cerrado.[44]

Para alguns estudiosos do bioma, de certo modo fatalistas, a destruição do Cerrado é irreversível.[43][44][46] De acordo com o ritmo atual de sua destruição, algumas previsões apontam a extinção do bioma até o ano de 2030.[44][46] A extinção do Cerrado comprometeria também o abastecimento potável em todo o Brasil, já que o fim do bioma representará a extinção dos grandes mananciais de água que abastecem as grandes bacias hidrográficas do país.[43] Em 2021, o Brasil registrou a pior seca em 91 anos, reduzindo a níveis críticos os reservatórios das hidrelétricas das regiões em que o Cerrado ocorre, que são fontes de 70% da energia hidráulica do país[47].

Apesar do reconhecimento de sua importância biológica e humana, o Cerrado é o que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção integral, tendo apenas 2,85% de seu território como unidades de conservação de proteção integral e 5,36% de unidades de conservação de uso sustentável, incluindo RPPNs (0,07%).[41]

Invasoras

[editar | editar código]

Dentre as principais espécies exóticas invasoras do Cerrado, que competem com plantas nativas, estão algumas gramíneas forrageiras africanas, usadas na pecuária desde os anos 1970,[48] como Melinis minutiflora (capim-gordura), Hyparrhenia rufa (capim-jaraguá), Panicum maximum (capim-colonião) e Brachiaria spp. (braquiárias). Ainda na década de 1970, começou a ser comum também a ocorrência no Cerrado de Pinus elliottii (pinheiro) e Eucalyptus spp. (eucaliptos), usadas em silvicultura. Há também invasões por Pteridium aquilinum (samambaia-brava), uma espécie ruderal de ampla distribuição em todo o mundo.[49]

Peculiaridades das formações abertas

[editar | editar código]

A conservação das formações abertas, sejam campestres ou savânicas, enfrenta uma porção de problemas peculiares, como:

  • a supressão total do fogo e do pastejo de baixas intensidades – as espécies das formações abertas do Cerrado são mantidas, em parte, por distúrbios ambientais muito antigos, como o fogo causado por raios ou o pastejo pela megafauna herbívora sul-americana, hoje extinta em grande parte. Logo, essas fitofisionomias ocorrem desde antes da presença humana e do desflorestamento antrópico. Assim, na conservação destes ambientes, são importantes o manejo controlado do fogo, evitando-se a supressão total de incêndios. Por outro lado, a pecuária em pastos de plantas herbáceas nativas também pode ser um fator benéfico, desde que feita em baixa densidade;[50][48]
  • o florestamento, fruto de uma compreensão errônea de que essas vegetações abertas são sempre um produto da degradação antrópica da floresta;[48]
  • a carência de estudos sobre técnicas de restauro do estrato herbáceo do Cerrado – a maioria dos trabalhos cobre apenas as plantas lenhosas;[51]
  • a dificuldade de as plantas herbáceas nativas sobrepujarem a competição com as herbáceas exóticas em pastos – enquanto isso, as plantas lenhosas nativas se estabelecem mais facilmente sobre pastos de herbáceas exóticas, devido ao sombreamento que proporcionam a tais plantas, cuja fisiologia do tipo C4 exige alta luminosidade;[52][48]
  • a dificuldade de mapeamento por satélite das vegetações campestres[53] – de certa forma, mesmo in loco, pode ser difícil para um leigo diferenciar um campo de herbáceas nativas e um pasto de exóticas;
  • a falta de previsão legal para a conservação de fisionomias não florestais e o restauro com espécies herbáceas;[48]

Manejo do fogo

[editar | editar código]
No período de estiagem, o cerrado sofre com as queimadas

Embora quase sempre apresentado como danoso aos ambientes naturais, o fogo é, no entanto, indispensável para a preservação das formações abertas (campestres e savânicas) do Cerrado.[54][55] As espécies e vegetações do Cerrado não são exatamente adaptadas ao fogo, mas sim a diferentes regimes de fogo. Frequências maiores do fogo tendem a promover a ocorrência de vegetações campestres (campos limpos) ou savânicas (como o cerrado sensu stricto), com suas plantas herbáceas e lenhosas de baixo porte, ao invés das vegetações florestais (cerradão), com suas plantas lenhosas de alto porte.[56]

Logo, alterações no regime natural de fogo (sejam pela sua indução em frequência e intensidade muito altas, ou pela sua supressão completa), podem ter efeitos negativos para a biodiversidade no Cerrado.[56][57][58] No caso da gestão de áreas naturais adaptadas ao fogo, alguns autores defendem a promoção de uma "pirodiversidade", isto é, o manejo de áreas em mosaico com diferentes regimes de fogo controlado (mas não muito frequentes, nem ausentes), de modo a favorecer a ocorrência e a preservação de espécies e vegetações adaptadas a diferentes regimes.[59] Além disso, a queima controlada e regular elimina o acúmulo de material inflamável, e assim, evita incêndios catastróficos, muito intensos.[60]

Florestamento

[editar | editar código]

Recentemente, o uso da técnica de florestamento – o desenvolvimento de florestas em áreas que não eram originalmente florestadas – como estratégia de sequestro de carbono e de conservação de biomas florestais tem sido criticado por representar uma ameaça à conservação de biomas não florestais, como os campos e savanas do Cerrado. Uma alternativa mais adequada seria o reflorestamento de áreas desmatadas, onde originalmente havia presença de florestas.[61][62]

Ver também

[editar | editar código]

Notas e referências

Notas

  1. A respeito da aplicação do termo "bioma" à área fito- e biogeográfica do Cerrado, na literatura científica brasileira, em detrimento do uso internacional do termo, confira Bioma#História do conceito.

Referências

  1. «(PDF) A conservação do Cerrado brasileiro». ResearchGate (em inglês). Consultado em 7 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 27 de janeiro de 2025 
  2. BATALHA, M.A. (2011). O cerrado não é um bioma. Biota Neotrop. 11(1), [1]
  3. JOLY, C.A., AIDAR, M.P.M., KLINK, C.A., McGRATH, D.G., MOREIRA, A.G., MOUTINHO, P., NEPSTAD, D.C., OLIVEIRA, A.A.; POTT, A.; RODAL, M.J.N. & SAMPAIO, E.V.S.B. (1999). Evolution of the Brazilian phytogeography classification systems: implications for biodiversity conservation. Ci. e Cult. 51: 331-348.
  4. a b Ab'Sáber, Aziz (2003). Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, [2]. ISBN 978-85-7480-355-5.
  5. a b c d e WALTER, B. M. T. (2006). Fitofisionomias do bioma Cerrado: síntese terminológica e relações florísticas. Tese de Doutorado, Universidade de Brasília, [3].
  6. Embrapa. Tipos de Vegetação do Bioma Cerrado. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG01_23_911200585232.html>
  7. IBGE (2004). Mapa de Biomas do Brasil. Primeira Aproximação. Escala 1:5.000.000. Rio de Janeiro: IBGE. Disponível em: <http://www.terrabrasilis.org.br/ecotecadigital/index.php/estantes/mapas/563-mapa-de-biomas-do-brasil>.
  8. a b c d RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. Fitofisionomias do bioma Cerrado. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P. (ed.). Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPA - CPAC, 1998. p. 89-166. link. (2a ed., 2008).
  9. KLEIN, A. L. (Org). Eugen Warming e o cerrado brasileiro: um século depois. São Paulo: Editora UNESP; Imprensa Oficial do Estado; Fapesp, 2000. link.
  10. «(PDF) A conservação do Cerrado brasileiro». ResearchGate (em inglês). Consultado em 7 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 27 de janeiro de 2025 
  11. a b c Ratter, J. A.; Bridgewater, S.; Ribeiro, J. F. (10 de março de 2003). «ANALYSIS OF THE FLORISTIC COMPOSITION OF THE BRAZILIAN CERRADO VEGETATION III: COMPARISON OF THE WOODY VEGETATION OF 376 AREAS». Edinburgh Journal of Botany (em inglês) (1): 57–109. ISSN 1474-0036. doi:10.1017/S0960428603000064. Consultado em 7 de novembro de 2025 
  12. Portela, Luís Henrique Ximenes; Sousa, Maria Laura Alves De; Silva, Sabrina Barros Da; Farias, Antônio Thiago Alves; Nascimento, João Batista Silva Do; Nepomuceno, Izaíra Vasconcelos; Souza, Elnatan Bezerra De (14 de abril de 2024). «A PHYTOGEOGRAPHIC APPROACH OF THE SAVANIC FORMATIONS OF CEARÁ: BETA DIVERSITY PATTERNS AND PROSPECTS FOR CONSERVATION / UMA ABORDAGEM FITOGEOGRÁFICA DAS FORMAÇÕES SAVÂNICAS DO CEARÁ: PADRÕES DE DIVERSIDADE BETA E PERSPECTIVAS PARA A CONSERVAÇÃO». William Morris Davis - Revista de Geomorfologia (2): 203–224. ISSN 2675-6900. doi:10.48025/ISSN2675-6900.v5n2.2024.633. Consultado em 7 de novembro de 2025 
  13. Vieira, Leandro T. A.; Castro, Antonio A. J. F.; Coutinho, Joxleide M. C. P.; de Sousa, Samara R.; de Farias, Ruth R. S.; Castro, Nívea M. C. F.; Martins, Fernando R. (3 de setembro de 2019). «A biogeographic and evolutionary analysis of the flora of the North-eastern cerrado, Brazil». Plant Ecology & Diversity (5): 475–488. ISSN 1755-0874. doi:10.1080/17550874.2019.1649311. Consultado em 7 de novembro de 2025 
  14. Devecchi, Marcelo F; Lovo, Juliana; Moro, Marcelo F; Andrino, Caroline O; Barbosa-Silva, Rafael G; Viana, Pedro L; Giulietti, Ana Maria; Antar, Guilherme; Watanabe, Maurício T C (23 de julho de 2020). «Beyond forests in the Amazon: biogeography and floristic relationships of the Amazonian savannas». Botanical Journal of the Linnean Society (em inglês) (4): 478–503. ISSN 0024-4074. doi:10.1093/botlinnean/boaa025. Consultado em 7 de novembro de 2025 
  15. «Establishing a secure connection ...». www.scielo.br. Consultado em 7 de novembro de 2025 
  16. Martius, C. F. P. von. (1824). Die Physiognomie des Pflanzenreiches in Brasilien. Eine Rede, gelesen in der am 14. Febr. 1824 gehaltnen Sitzung der Königlichen Bayerischen Akademie der Wissenschaften. München, Lindauer, Brasiliana, Google Books.
  17. Martius, C. F. P. von (1943, 1951). A fisionomia do reino vegetal no Brasil. Arquivos do Museu Paraense, v. 3, 1943; Boletim Geografico, v. 8, n. 95, p. 1294-1311, 1951, [4].
  18. WARMING, E (1892). Lagoa Santa: Et Bidrag til den biologiske Plantegeografi. Copenhague: B. Luno (em dinamarquês), link. Tradução por A. Loefgreen (1908): Lagoa Santa. Belo Horizonte, Imprensa Oficial. link.
  19. Löfgren, A. (1898). Ensaio para uma distribuição dos vegetaes nos diversos grupos florísticos no estado de São Paulo. Boletim da Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo, n.11, p. 5-50, 2a ed., link. [1a ed., 1896, link.]
  20. COUTINHO, L.M. O conceito do cerrado. Revista brasileira de botânica, v.1, n.1, p.17-24, 1978, [5].
  21. Rodrigues, R. R. 1999. A vegetação de Piracicaba e municípios do entorno. Circular Técnica IPEF, n. 189, p. 1-17, [6].
  22. MESQUITA JR., H. N. Análise temporal com sensor orbital de unidades fisionômicas de cerrado na gleba Pé-de-Gigante (Parque Estadual de Vassununga-SP). Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, 1998, link. [Cf. diagramas de perfil das fisionomias, p. 27, 52-58.]
  23. Arruda, M.B.; Proença, C.E.B; Rodrigues, S.C.; Campos, R.N.; Martins, R.C. & Martins, E.S. 2008. Ecorregiões, Unidades de Conservação e Representatividade Ecológica do Bioma Cerrado. Pp. 229-272. In Sano, S.M.; Almeida, S.P. & Ribeiro, J.F. (Eds). Cerrado: ecologia e flora, v.1. Brasília, Embrapa Cerrados
  24. Arruda, M.B. 2003. Estudo de representatividade ecológica com base na biogeografia de biomas e ecoregiões continentais do Brasil. O caso do bioma Cerrado. Tese de Doutorado, Universidade de Brasília, Brasília, [7].
  25. a b IBGE (2012). Manual Técnico da Vegetação Brasileira. 2a ed. Rio de Janeiro: IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/vegetacao/manual_vegetacao.shtm>.
  26. «Flora e Funga do Brasil». floradobrasil.jbrj.gov.br. Consultado em 7 de novembro de 2025 
  27. Myers, Norman; Mittermeier, Russell A.; Mittermeier, Cristina G.; da Fonseca, Gustavo A. B.; Kent, Jennifer (fevereiro de 2000). «Biodiversity hotspots for conservation priorities». Nature (em inglês) (6772): 853–858. ISSN 1476-4687. doi:10.1038/35002501. Consultado em 7 de novembro de 2025 
  28. Felfili, Jeanine Maria; Sociedade Botânica do Brasil, eds. (2011). Fitossociologia no Brasil: métodos e estudos de casos. Viçosa, MG, Brasil: Editora UFV, Universidade Federal de Viçosa 
  29. «The Cerrado and restinga pathways: two ancient biotic corridors in the Neotropics» (em inglês). doi:10.21425/f5fbg59398. Consultado em 7 de novembro de 2025 
  30. Méio, Beatriz B.; Freitas, Cristiane V.; Jatobá, Leuseroberta; Silva, Mario E. F.; Ribeiro, José F.; Henriques, Raimundo P. B. (dezembro de 2003). «Influência da flora das florestas Amazônica e Atlântica na vegetação do cerrado sensu stricto». Revista Brasileira de Botânica (em inglês) (4). ISSN 0100-8404. doi:10.1590/S0100-84042003000400002. Consultado em 7 de novembro de 2025 
  31. Oliveira-Filho, A. T.; Ratter, J. A. (1995). «A study of the origin of central Brazilian forests by the analysis of plant species distribution patterns». Edinburgh Journal of Botany (em inglês) (2): 141–194. ISSN 1474-0036. doi:10.1017/S0960428600000949. Consultado em 7 de novembro de 2025 
  32. Jorge, Farias Castro Antônio Alberto (29 de abril de 1996). «CERRADOS DO BRASIL E DO NORDESTE: CONSIDERAÇÕES SOBRE OS FATORES ECOLÓGICOS ATUANTES, OCUPAÇÃO, CONSERVAÇÃO E FITODIVERSIDADE». Revista Econômica do Nordeste (2): 183–205. ISSN 2357-9226. doi:10.61673/ren.1996.2121. Consultado em 7 de novembro de 2025 
  33. Bridgewater, Samuel; Ratter, James A.; Felipe Ribeiro, José (1 de novembro de 2004). «Biogeographic patterns, β-diversity and dominance in the cerrado biome of Brazil». Biodiversity & Conservation (em inglês) (12): 2295–2317. ISSN 1572-9710. doi:10.1023/B:BIOC.0000047903.37608.4c. Consultado em 7 de novembro de 2025 
  34. Palmeiras do Cerrado
  35. Sobre as árvores do Cerrado
  36. Avifauna de um município da região dos Cerrados
  37. Avifauna de Catalão, na área do Cerrado
  38. Anseriformes do Cerrado
  39. Avifauna do Vale do Paranaíba, uma área de Cerrado
  40. Sobre a Piracanjuba
  41. a b c d «Bioma Cerrado». Ministério do Meio Ambiente. Consultado em 28 de janeiro de 2015 
  42. a b c d «Ameaças ao Cerrado». WWF. Consultado em 28 de janeiro de 2015 
  43. a b c Elder Dias (Outubro de 2014). «Altair Sales Barbosa: "O Cerrado está extinto e isso leva ao fim dos rios e dos reservatórios de água"». Jornal Opção. Consultado em 28 de janeiro de 2015 
  44. a b c d e Iberê Thenório (14 de agosto de 2006). «Ser "celeiro do Brasil" devasta o Cerrado». Repórter Brasil. Consultado em 28 de janeiro de 2015 
  45. «Cerrado é um dos 25 ecossistemas com alto risco de extinção». Terra. 22 de maio de 2013. Consultado em 28 de janeiro de 2015 
  46. a b Ana Paula Marra (20 de agosto de 2006). «Cerrado pode desaparecer em 30 anos, afirma biólogo». Agência Brasil. Consultado em 28 de janeiro de 2015 
  47. Pereira, Cássio Cardoso; Fernandes, Geraldo Wilson (15 de julho de 2022). «Cerrado conservation is key to the water crisis». Science (em inglês). 377 (6603): 270–270. ISSN 0036-8075. doi:10.1126/science.add4719. Consultado em 15 de julho de 2022 
  48. a b c d e PILON, N. A. L. Técnicas de restauração de fisionomias campestres do cerrado e fatores ecológicos atuantes. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Universidade Estadual de Campinas, 2016. link.
  49. PIVELLO, V. R. Invasões Biológicas no Cerrado Brasileiro: Efeitos da Introdução de Espécies Exóticas sobre a Biodiversidade. ECOLOGIA.INFO 33, 2011. link.
  50. VELDMAN, J. W. et al. Toward an old‐growth concept for grasslands, savannas, and woodlands. Frontiers in Ecology and the Environment, v. 13, n. 3, p. 154-162, 2015. link.
  51. PILON, N. A. L. ; CAVA, M. G. B. ; NALON, M. A. ; ZIMBACK, L. ; DURIGAN, G. . Riqueza, relevância e estratégias para a conservação de fisionomias campestres do Cerrado no Horto Florestal de Botucatu, SP, Brasil. Revista do Instituto Florestal, v. 29, p. 7-17, 2017. link.
  52. PILON, N. A. L. ; DURIGAN, G. Critérios para indicação de espécies prioritárias para a restauração da vegetação de cerrado. Scientia Forestalis (IPEF), v. 41, p. 293-434, 2013.
  53. SANO, E.E., ROSA, R., BRITO, J.L.S. & FERREIRA, L.G. Land cover mapping of the tropical savanna region in Brazil. Environmental Monitoring Assessment 166: 113-124, 2010. link.
  54. ARANTES, J. T. Fogo amigo no Cerrado. Pesquisa Fapesp, 11 de agosto de 2017. link.
  55. ARANTES, J. T.; ANTÔNIO, D. Estudo mostra a necessidade da queima criteriosa para a preservação do Cerrado. Vídeo, 5 min, Agência Fapesp, setembro de 2017. link.
  56. a b FIDELIS, A.; PIVELLO, V. R. Deve-se usar o fogo como instrumento de manejo no cerrado e campos sulinos? Biodiversidade Brasileira, a. 1, n. 2, p. 12-25, 2011.link.
  57. COUTINHO, L. M. Cerrado: Perguntas e respostas. IB/USP. s.d.link.
  58. ABREU, R. C. R., HOFFMANN, W. A., VASCONCELOS, H. L., PILON, N. A., ROSSATTO, D. R., DURIGAN, G. The biodiversity cost of carbon sequestration in tropical savanna. Science Advances, 3(8), e1701284, 2017. https://doi.org/10.1126/sciadv.1701284
  59. MARTIN, R. E.; SAPSIS, D. B. Fires as agents of biodiversity: pyrodiversity promotes biodiversity. In: Symposium on Biodiversity, 1991, Northwestern California. Wildland Resources Centre, University of California, Berkeley, 1992. p. 150–157. link.
  60. GRAHAM, Russell; McCaffrey, Sarah; Jain, Theresa B. (2004). Science Basis for Changing Forest Structure to Modify Wildfire Behavior and Severity. General Technical Report RMRS-GTR-120. Fort Collins, CO: United States Department of Agriculture, Forest Service, Rocky Mountain Research Station: US Forest Service, 2004. link.
  61. VELDMAN, J.W.; OVERBECK, G.E.; NEGREIROS, D.; MAHY, G.; LE STRADIC, S.; DURIGAN, G.; BUISSON, E.; PUTZ, F.E.; BOND, W.J. Tyranny of trees in grassy biomes. Science, 347, 484–485, 2015. link.
  62. GONÇALVES, T. Pesquisadora do IF alerta para o perigo do florestamento de biomas não florestais. Instituto Florestal, São Paulo, 28/09/17, link.

Bibliografia

[editar | editar código]
  • ALVARENGA, L. J. (2013). A conservação do bioma Cerrado: o Direito ante a fragmentação de ciências e ecossistemas. São Paulo: Annablume. ISBN 978-85-391-0510-6.
  • BARBOSA, A.S. (1995). Peregrinos do cerrado. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 5: 159-193, [8].
  • BRANDÃO, M.; CARVALHO, P. G. S.; JESUÉ, G. (1992). Guia Ilustrado de Plantas do Cerrado. CEMIG.
  • BRANDÃO, M.; GAVILANES, M. L. (1992). Espécies árboreas padronizadoras do Cerrado mineiro e sua distribuição no Estado. Informe Agropecuário 16 (173): 5-11.
  • CASTRO, A. A. J. F., MARTINS F. R., TAMASHIRO, J. Y., SHEPHERD G. J. (1999). How rich is the flora of Brazilian Cerrados? Annals of the Missouri Botanical Garden 86 (1): 192-224.
  • COUTINHO, L. M. Cerrado (site). São Paulo: USP.
  • DURIGAN, G.; BAITELLO, J. B.; FRANCO, G. A. D. C.; SIQUEIRA, M. F. Plantas do Cerrado Paulista: imagens de uma paisagem ameaçada. São Paulo: Instituto Florestal, 2004. 475 p. [9].
  • DURIGAN, G.; PILON, N. A. L.; ASSIS, G. B.; SOUZA, F. M.; BAITELLO, J. B. Plantas pequenas do cerrado: biodiversidade negligenciada. São Paulo: SMA, 2018. 720 p. [10].
  • EITEN, G. (1972). The cerrado vegetation of Brazil. The Botanical Review, 38(2), 201-341, [11].
  • GOTTSBERGER, G.; SILBERBAUER-GOTTSBERGER, I.: Life in the Cerrado Reta Verlag, Ulm 2006, ISBN 3-00-017928-3 Volume 1, ISBN 3-00-017929-1 Volume 2
  • LEITÃO FILHO, H.F. (1992). A flora arbórea dos Cerrados do Estado de São Paulo. Hoehnea 19 (1/2): 151-163.
  • MEDEIROS, J. D. (org.) (2011). Guia de campo: vegetação do Cerrado 500 espécies . Brasília: MMA/SBF, [12].
  • MENDONÇA, R. C.; FELFILI, J. M.; WALTER, B. M. T.; SILVA, M. C.; REZENDE, FILGUEIRAS, T. S.; NOGUEIRA, P. E. Flora vascular do bioma Cerrado. ("Vascular flora of Cerrado biome") IBGE
  • OLIVEIRA, Paulo S.; Marquis, Robert J. (2002). The Cerrados of Brazil: Ecology and Natural History of a Neotropical Savanna. New York City: Columbia University Press, [13]. ISBN 0-231-12043-5
  • PEREIRA, B.A.S., org. (2002). Árvores do Brasil Central: espécies da região geoeconômica de Brasília. IBGE, Rio de Janeiro. link.
  • RATTER, J.A.; RIBEIRO,J.F. & BRIDGEWATER, S. (1997) The Brazilian Cerrado vegetation and Threats to its Biodiversity. Annals of Botany, 80: pp. 223–230.
  • RIBERIRO, R.F. (2005). Florestas anãs do sertão: o cerrado na história de Minas Gerais. Autêntica, Belo Horizonte, [14].
  • SANO, S.M., ALMEIDA, S.P. & RIBEIRO, J.F. (eds) (2008). Cerrado: ecologia e flora. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica; Planaltina: Embrapa Cerrados. 2 vol., [15], [16].
  • SANTOS, C.A. (1982). Esboço histórico das reuniões sobre os cerrados. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1982. 28p. (EMBRAPA-CPAC. Documentos, 6). [17].
  • SCARIOT, A. et al. (org.) Cerrado: ecologia, biodiversidade e conservação. Brasília. Ministério do Meio Ambiente, 2005. [18].
  • UFV (2006). Cerrado. Material da disciplina ENF448 - Recursos Naturais e Manejo de Ecossistemas. Viçosa: UFV, Departamento de Engenharia Florestal, [19].
  • VALERIANO, D. D. B. Comparação dos sistemas de classificação da vegetação do cerrado: proposta de unificação sob o LCCS. 5ª Reunião do Grupo de Trabalho Técnico sobre REDD+, Ministério do Meio Ambiente, Brasília, 21 mar. 2016, [20].

Ligações externas

[editar | editar código]
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Cerrado